Postado por Revista SER + em 05/10/2011 ás 10:10
Cada homem sentiu em algum momento a vontade de cuspir em suas mãos e içar a bandeira preta e começar a cortar gargantas - H. L. Mencken1
Sempre gostei muito de conceitos, uso inclusive no trabalho que realizo com meus clientes adolescentes, acredito que para que possamos falar, discutir ou até mesmo pensar sobre algo, devemos conhecer o assunto, saber a que se refere. Então ao começar este artigo vários títulos me vieram à mente e ao traduzir os conceitos, senti que este era o ideal, para tratar o ponto de suprema importância para a vida do ser humano, haja vista somos os únicos seres viventes que podemos exercer tal tipo de comportamento.
Inteligência - s.f. Faculdade de conhecer, de compreender: a inteligência distingue o homem do animal. Compreensão; conhecimento profundo: ter inteligência para os negócios. Destreza, habilidade: cumprir com inteligência uma missão. Boa convivência, união de sentimentos: viver em perfeita inteligência com... Ajuste, conluio, relações secretas: ter inteligência com o inimigo.
Emoção - s.f. Abalo moral ou afetivo; perturbação, geralmente passageira, provocada por algum fato que afeta o nosso espírito (boa ou má notícia, surpresa, perigo): a homenagem causou-lhe grande emoção.
A citação de Menckem, para alguns pode parecer forte, agressiva, por isso mesmo resolvi utilizá-la, tratar de inteligência emocional necessita de algo exatamente assim para que possamos elevar o pensamento diante da concepção de que atitudes realizadas pela decisão em fração de segundos, em quartos de minutos podem durar uma vida, o mesmo cercear uma. Daniel Goleman se tornou um mago no assunto, ao estudar e definir que autoconhecimento e autocontrole, podem ser estudados como ciência, é realmente um feito de alta relevância, haja vista no dado momento em que o individuo conhece a si mesmo estimula assim a capacidade de lidar com os seus sentimentos e os dos outros este conceito da psicologia intitulado de Inteligência Emocional é fantástico e imprescindível para quaisquer que sejam as relações, sejam elas organizacionais, familiares, afetivas etc.
Dominar a emoção envolve percepção, uso, entendimento controle e transformação, um conjunto de habilidades, capacidades que interligadas determinam como a voz, a expressão facial o raciocínio, as variações e as aptidões para lidar com os seus sentimentos em dado momento ou com a sua vida são fatídicos para a compreensão da excelência de SER + humano. A inteligência emocional é o trabalho que executamos dentro de nós mesmos, é como gerenciamos o nosso interior que nos dá o poder de externar ao universo nossa concepção de vida e de interação. É a responsável direta pelo
sucesso ou insucesso do individuo, os diagnósticos de interação no campo da Psicologia Organizacional, quase sempre detectam que parte das situações de trabalho em que está envolvida o relacionamento entre as pessoas, características como afabilidade, compreensão e gentileza têm mais chances de obter o sucesso.
A inteligência emocional pode ser desenvolvida segundo Goleman, a partir de cinco habilidades autoconhecimento emocional, controle emocional, automotivação, reconhecimento de emoções em outras pessoas, habilidades em relacionamentos interpessoais, sendo que as três primeiras pertencem ao grupo das intrapessoais e as ultimas como interpessoais, configurando sua importância diante da organização de grupos, da negociação de soluções, empatia, e sensibilidade social esta então de suprema importância haja vista é a capacidade de detectar e identificar sentimentos e motivos das pessoas, auxiliando assim o que podemos chamar de ciclo de caracteristicas emocionais.
O contar até dez, titulo deste artigo, na realidade pode ser acrescido de quantos números o individuo que desenvolveu sua inteligência emocional pode medir, pode ser 10, 100, 1000 ou mesmo zero, para aqueles que conseguiram desenvolver que quociente emocional, ou QE. Eis que, surge uma dúvida razoável: é possível desenvolver a Inteligência Emocional? E como fazer? Um dos maiores dilemas do ser humano é sentir-se encurralado diante de uma situação, por mais que você consiga cortar uma folha ao meio, ainda sim ela continuará tendo face e verso. Tudo na vida possui seu aspecto bom e ruim. Com muita disciplina e dedicação é possível identificar os processos comportamentais e o mecanismo cognitivo que guia nossa vida. Assim podemos entender melhor nossas ações e reações. Quantas vezes você agiu de uma dada maneira inadequada diante de uma situação que o estressava e depois se arrependeu? Quantas vezes disse a si mesmo "Nunca mais faço isso em um caso desses", e repetiu isso depois?
A globalização e a rapidez com que as informações são transmitidas em nossa Era, não permitem mais que sejam aguardadas com parcimônia as mudanças do individuo. Sejam elas dentro das organizações ou em seus relacionamentos interpessoais de vida cotidiana, a necessidade de intervenção é imediata, algumas regras para o desenvolvimento da inteligência emocional consistem em: Relacionar as principais competências comportamentais desta pessoa em relação ao seu contexto, pessoal e profissional; Fazer uma avaliação destes comportamentos, comparando o grau atual destas competências, com o grau desejável naquele contexto; Executar um treinamento, em relação aos comportamentos pouco desenvolvidos, com ações práticas; Controlar os resultados até conseguir atingir as metas pretendidas.
Deste modo o uso de ciências como a PNL e ferramentas como o Coaching vem auxiliando as organizações e os indivíduos no geral a determinar os pontos fortes e as limitações, orientando a desenvolver as competências comportamentais que mais estão prejudicando seu desenvolvimento pessoal e profissional. A benesse obtida pelo ser humano ao desenvolver sua Inteligência Emocional é vasta, os estudantes conseguirão melhor aproveitamento na escola, jovens terão melhores condições de conseguir seu primeiro emprego, e construí uma carreira de sucesso desde o início, os profissionais aumentaram suas oportunidades de crescimento, enfim a Inteligência Emocional poderá ser a diferença entre uma trajetória bem sucedida, com uma vida cheia de realizações, ou uma vida seja ele profissional ou pessoal marcada pelo estado medíocre de Ser – humano, igualando
aos nossos irmãos do reino animal aos quais não foi concedido o dom do raciocínio, por conseguinte o dom de gerenciar emoções.
Milhares de anos de evolução constatam que nossas emoções detêm potencial na subserviência de um sofisticado e delicado sistema interno de orientação a fim de nos alertar quando as necessidades humanas naturais não são encontradas, um exemplo clássico é que quando nos sentimos sós, nossa necessidade é encontrar outras pessoas. Assim ao gerenciar nossos recursos internos de maneira a buscar a excelência em nossas relações interpessoais estamos a serviço de nossa Inteligência Emocional para uma vida melhor.
1 Henry Louis Mencken, também conhecido como H. L. Mencken (12 de setembro de 1880, Baltimore, foi um jornalista e crítico social Norte-americano.
REFERÊNCIAS
GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a inteligência emocional. Tradução: M. H. C. Côrtes, Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1999.
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